3 - Sacerdote

ASTI – Instituto Milliavacca, no qual São José Marello
foi diretor espiritual  do ano 1881 a 1889

Sacerdote

São José Marello, uma vida exemplar
 e edificante
Capítulo 3
48 - Com 35 anos de idade Marello embora apresentasse uma saúde frágil, era muito fiel ao princípio “age quod agis”. Acumulava os encargos de secretário do bispo desde 1868, de Fundador da Congregação desde 1878, de cônego da Catedral desde 1879, de confessor do seminário de Asti a partir de 1880, de encarregado diocesano da boa imprensa e da doutrina cristã desde sua ordenação sacerdotal, de diretor diocesano da Associação da Doutrina Cristã, a partir de 1880 e, enfim, de confessor na Catedral e em diversos Institutos na cidade. Portanto, embora com pouca saúde empenhava-se constantemente em diversas atividades sem contar que aquela de secretário de Dom Sávio era-lhe muito empenhativa devido a idade e aos problemas de saúde do bispo. Além do mais, Dom Sávio desde o início de 1880 até a sua morte, tinha Marello como seu confessor. Por todas essas atividades ele merecia a estima do povo de Asti que bem logo lhe deu o título honorífico de “el canonic brâv” (o cônego bom).

 49 - O cônego Cerutti tinha grande estima pelo Marello e não tinha receio de indicá-lo publicamente como um santo; “ viram aquele santo?”, perguntava aos meninos do Michelerio.

50 - Como secretário de Dom Savio Marello devia redigir muitas Atas oficiais da Cúria e o que as pessoas admiravam ao lê-las é que eram redigidas sem rasuras ”currenti calamo”, com uma caligrafia muito bonita e clara sendo que, muitas vezes, eram escritas num latim elegante e solto.

51 - Seu bom coração cultivado desde criança, afável e muito sensível aos pobres, continuara tendo as mesmas qualidades quando sacerdote e bispo e isso o fazia se apresentar sempre com os cabelos mal cortados, de tal modo pareciam a escadaria da Catedral de San Giovanni em Turim. A razão disso é porque ele fazia questão de cortar seus cabelos com um velho barbeiro, meio cego e praticamente abandonado pelos seus clientes. Ao cortar os cabelos com ele, tinha a possibilidade não apenas de ajudar esse pobre homem, mas também de valorizá-lo.

52 - Em 1885, Marello passou a se hospedar em Sana Chiara, onde alguns dos seus Oblatos já residiam desde o ano anterior. Nessa sua nova moradia ele tinha um quarto muito simples, apenas uma pequena mesa, alguns livros, um crucifixo e um colchão de folhas.

53 - Quando sacerdote, após um dia trabalhoso, preenchido de várias atividades, tinha disposição para ficar até altas horas da noite rezando ajoelhado no chão frio.

54 - Um dos exercícios do ministério sacerdotal de Marello como secretário de seu bispo, Dom Carlos Sávio, foi o atendimento às confissões e da direção espiritual. Giuseppe Gamba, futuro cardeal, o teve como seu confessor desde quando entrou no seminário. Ele testemunha que Marello confessava no seminário de Asti e na Catedral e que muitas pessoas queriam confessar-se com ele, inclusive muitos sacerdotes. No seminário Marello era aquele que tinha maior número de seminaristas para atender na confissão e na direção espiritual. O mesmo testemunho deu também Pe. Secondo Gay que o conheceu desde 1871 e que também o teve como seu confessor. Para ele Marello era um mestre de santidade e de perfeição sendo que iam se confessar com ele os penitentes mais escrupulosos, às vezes aflitos, e sempre encontravam consolação. Pe. Gay foi por mais de 40 anos pároco da paróquia de São Silvestre em Asti e ali escreveu um livro intitulado “Vida de Jesus Cristo contendo todo o Evangelho, o Martiriológio e o Catecismo”. Dedicou esse livro ao seu antigo confessor com essas palavras: ”Ao venerável Servo de Deus, Dom Giuseppe Marello, bispo de Acqui, então secretário do piíssimo Dom Carlos Sávio, bispo de Asti – fundador da Congregação dos Josefinos de Asti, diretor espiritual do compilador da presente vida, mestre de religião dos clérigos de Asti, para perene lembranças das sábias e ascéticas lições. Oferece o mínimo sacerdote Secondo Gay” Embaixo dessa dedicatória escrevia esta lembrança:”Regra de conduta para viver bem o ano, sugerida aos penitentes por Dom Giuseppe Marello: Age quod agis, ou seja, ‘faça bem o que estás fazendo’”.

55 - O primeiro indício do ideal religioso que despontou na vida de Marello emergiu nos primeiros dias do seu sacerdócio quando escreveu: ”No dia de São Maurício prometo, perante Deus, de afastar-me das coisas deste mundo”. Era o dia 23 de setembro de 1868, três dias após a sua ordenação sacerdotal, na festa do padroeiro de Turim, São Maurício. O seu primeiro aceno de vocação ao estado religioso o encontramos numa sua carta de 3 de fevereiro de 1869, na qual ele responde ao Pe. Delaude que lhe havia exposto a intenção de se tornar sacerdote do Oratório de São Felipe. Nesta, ele diz:”... confesso-lhe com toda a confiança que a sua amizade inspira, sinto que a minha vocação não está determinada e percebo que no meu coração vai se formando um círculo de afetos e na cabeça uma seqüência de idéias, a que poderiam dar consistência à viagem e à permanência em Roma” (Carta Nº52). Exatamente nesse ano o Papa Pio IX convidava os Trapistas para abrirem um mosteiro em Roma, na localidade Tre Fontane. Marello olhava para aquele mosteiro trapista e, quando viajou para Roma, foi visitá-lo enquanto rezava para entender a vontade de Deus.

56 - No ano de 1870, Marello visitou a Trapa de Tre Fontane em Roma, e mais tarde visitou também o mosteiro de Montecasino. No ano de 1872 encontramos Marello ajoelhado no coro da igreja da cartuxa de Pavia. Esse seu amor à Trapa se transformará depois para ele em espírito de recolhimento e de oração. Passara a sentir uma atração para a vida contemplativa, tanto é verdade que no ano de 1874 se aconselhou com seu bispo, Dom Carlos Sávio, sobre sua intenção em se tornar contemplativo, mas o bispo o desaconselhou, pediu para rezar, dizendo-lhe que lhe parecia que Deus queria outra coisa dele. Em 1876, novamente se aconselhou com seu bispo e novamente foi dissuadido de sua idéia pelo bispo, o qual lhe disse: ”Continue rezando e quando for o tempo o Senhor lhe iluminará”. Por trás desta sua idéia pode-se pensar que tinha a vontade de que a vida religiosa florescesse na cidade de Asti e na diocese; de fato, em 1876 escreveu: ”Monasteria nulla remanet in tota Diocesi, tum virorum tum mulierum, si excipias parvum collegium Barnabitarum Ecclesiae Parochialis S. Martini – Não permanece nenhum mosteiro em toda a diocese, seja masculino seja feminino, exceto o pequeno grupo de Barbabitas na paróquia de San Martino”. O desejo de Marello de se tornar trapista não se concretizou, pois como afirmou Pe. Carandino, um dos primeiros membros da Congregação dos Oblatos de São José: “O dedo de Deus segurou Marello para não entrar nos trapistas visto que ele devia fundar uma Congregação”.

57 - Como secretário Marello era o braço direito de Dom Sávio o qual lhe confiava tarefas bastante exigentes como aparece do seu epistolário. As cartas do bispo enviadas ao clero e à diocese traziam a contra-senha de: ”Sac. G. Marello”. Da mesma maneira os relatórios trienais enviados à Santa Sé, os quais além de serem manuscritos por ele, traziam as marcas do seu belo estilo latino, como por exemplo, no relatório em que expunha a falta de clero na diocese usando esta expressão:“Tanta est Sacerdotum penúria tristibus hisce temporibus”. Sobre os seminaristas escrevia: ”Cum seminarii aedes proxima sit episcopio et diebus festis juniores in religione ipse edoceam, visitatio quase continua a me fit... Omnes autem clerici sive provectiores sive juniores tum in studii diligentia tum pietate sunt commendandi et spem probabilem ingerunt utiles Ecclesiae ministros aliquando evasuros esse”.

58 - No dia 17 de maio de 1873, morria aos 66 anos, Vincenzo Marello, pai de Giuseppe Marello. Deixava seus bens móveis e imóveis aos seus dois filhos. No dia 6 de julho do mesmo ano, Marello fazia o seu primeiro testamento deixando todos os bens patrimoniais que lhe cabiam ao seu irmão Vittorio. Esse seu testamento, ele o iniciava com as seguintes palavras: “... Eu, abaixo assinado, pobre pecador, considerando que a cada momento estou às portas da eternidade e que é preciso cada dia estar preparado para a morte...”. Nessas palavras ele faz uma profunda confissão de humildade e de fé. Seu testamento exprimia um completo desapego de todos os bens para poder viver voluntariamente a pobreza. Quando seu pai era vivo, ele pedia-lhe para dar aos outros, quando morreu o pai, deixou tudo e não só não pedia, mas se declarava pronto da dar tudo o que tinha.

59 - Depois de ter acompanhado o seu bispo, Dom Sávio à Roma, por ocasião da realização do Concílio Vaticano I, em 1870, Marello voltara novamente à Roma, em setembro de 1875, por ocasião da celebração do Ano Santo promulgado por Pio IX. Aproveitando do jubileu para adquirir as indulgências, permaneceu por 8 dias em companhia de seu amigo Rossetti. Em Roma teve a possibilidade de participar da audiência com o Papa e recebeu a sua bênção apostólica; celebrou no túmulo de São Pedro e nas Grutas Vaticanas, na igreja de São Luiz e na igreja de Santo Inácio. Visitou as catacumbas de São Sebastião e rezou diante das relíquias de São Felipe Néri.

60 - Marello possuía uma calma imperturbável e a prova é que na quarta-feira de cinzas de 1887, enquanto celebrava a missa de manhã com a igreja de Santa Chiara lotada, de repente sentiu-se um forte tremor de terra e ele calmo e sereno com a âmbula nas mãos pedia calma para todos os presentes. Suas palavras nasciam de seu coração. Desarmava as pessoas com a amabilidade de suas palavras e o sorriso de seus lábios. Era de tal modo pouco preocupado consigo que Dom Sávio se divertia em dizer-lhe que tinha os cabelos tão mal cortados que pareciam a escadaria da Catedral de San Giovanni de Turim, mas ele se desculpava dizendo que ia cortar os cabelos com um barbeiro já idoso e quase cego, para poder ajudar-lhe dado que este não tinha mais quase nenhum freguês. Seus sapatos eram acalcanhados e com o bico quadrado, e alguém lhe dizia que eram fora de moda mas ele respondia que voltariam à moda. Além de comer pouco, não reclamava da comida, tanto é verdade que certa vez foi-lhe servida uma sopa preparada com óleo ranço e ele a tomou sem demonstrar nenhuma dificuldade e depois ao ser interrogado como estava a sopa ele respondeu que dava para tomá-la.

61 - Marello tinha uma predileção pelos idosos de Santa Chiara aos quais chamava de “minhas jóias” e continuamente estava com eles. Visitava frequentemente os órfãos e órfãs de Santa Chiara e se entretinha com eles dando-lhes bons conselhos. Quando saia de casa não esquecia a delicadeza e a bondade para com aqueles que encontrava. Pe. Garberoglio relata que todos os dias ele se encontrava, no caminho de Santa Chiara até a Cúria, com um vendedor ambulante que lhe oferecia uma caixa de fósforos ele todos os dias comprava-lhe uma caixa para ajudar este pobre homem.

62 - Era muito devoto de Nossa Senhora e de São José, mesmo porque estas duas devoções eram bastante comuns na metade do século XIX a partir da definição do dogma da Imaculada Conceição em 1854, e com a proclamação de São José como Patrono Universal da Igreja em 1870. Rezava diariamente o terço, como testemunha o Irmão Giovanni Zappa, que sendo-lhe próximo de quarto, e devendo com freqüência dar-lhe recados, o surpreendia, muitas vezes, ajoelhado ao lado da cama sobre o piso frio com o rosário nas mãos absorvido na oração. Celebrava com máxima solenidade as festas marianas, particularmente, da Imaculada Conceição e de Nossa Senhora das Dores. Promoveu em Santa Chiara a reza diária do terço e do Pequeno Ofício da Beata Virgem. O mês de maio ele o queria lembrado com solenidade na igreja e reconhecido com um altarzinho de Nossa Senhora. Uma outra maneira com que honrava Maria era as peregrinações aos Santuários marianos as quais ele as fez com muita devoção: Oropa,Varallo Sessia, Certosa de Pavia, Pompei, da Misericórdia de Savona, Consolata de Turim, Vallone.

63 - Em março de 1881, Marello adquiriu um terreno em Antignano d’Asti onde havia um pequeno Santuário dedicado a Nossa Senhora das Mercês num lugar chamado “ Vallone”. Nesse Santuário, Marello tinha celebrado uma de suas primeiras missas, por ocasião da festa de Nossa Senhora das Mercês em 1868. Esse era um lugar ideal para a contemplação e o recolhimento, por isso a intenção de Marello ao comprá-lo era para dar aos seus Oblatos um pouco de tranqüilidade durante as férias. Para viabilizar isso mandou reformar a casa e a igrejinha que estavam muito estragadas. Para esse lugar os Irmãos se dirigiam em grupos de aproximadamente dez, durante as férias, onde aproveitavam para celebrar, no pequeno Santuário, particularmente, no dia 24 de setembro, com uma grande participação do povo do lugar. Esse pequeno Santuário com a casa foi de certo modo a primeira casa dos Oblatos fora do Michelerio. O certo é que o Fundador ao comprar esse imóvel deixava claro a sua inclinação para a vida contemplativa, tanto é verdade que, no dia 17 de setembro de 1882, o encontramos em visita à Certosa de Pavia e ajoelhado no interior do coro a rezar com tamanho recolhimento e fervor que o senhor Sasso, possivelmente o guardião daquele local, ao vê-lo rezar com tanto fervor se pôs também ele a fazer o mesmo até que se aproximou de Marello e lhe perguntou quem ele era ao que Marello respondeu que era um cônego de Asti.

64 - Marello demonstrava sempre humildade e gostava do escondimento, tanto que ele jamais tinha percorrido do começo ao fim da avenida Alfieri, e a única vez em que fez foi quando foram transportados os seus restos mortais de Acqui para Asti em 1923. Quando ia à estação ferroviária, tomava uma estrada secundária e chegado à praça “Statuto”, preferia tomar um desvio que, naquele tempo, havia ao lado da igreja de São Paulo. Era extraordinário nas coisas habituais, dissera Pe. Garberoglio.

65 - Quando Marello chegava todos os dias ao Michelerio, vendo-o caminhar tão direito e leve, o cônego Cerutti dizia ao Pe. Giorgio Medico e aos outros Irmãos: ”Vejam como caminha Pe. Marello! Saibam que está com cilício e que as pontas se fazem sentir!”.

66 - Uma vez, enquanto Marello fazia uma longa pregação na igreja, um seminarista se adormeceu sendo cutucado pelos companheiros que ao mesmo tempo começaram a rir. Marello ao perceber a movimentação disse: ”Vejam, falamos de coisas tão pequenas, que até os pequenos dormem”. Outra vez, por ocasião dos exames finais um seminarista de nome Sabbione, esse e um seu colega tinham terminado a prova mas continuavam sem fazer nada; por isso Pe. Cortona pegou a prova e os mandou à capela para rezarem o terço. Faltavam apenas dez minutos para o meio-dia e estes preocupados não sabiam como rezar todo o terço para chegarem a tempo para o almoço. Então Sabbione disse ao companheiro: ”olha, eu digo Ave e tu você responde Santa e em poucos minutos conseguiremos”. De fato fizeram assim, mas ao saírem no pátio Pe. Cortona ao vê-los os chamou e perguntou-lhes “Vocês rezaram o terço?” Eles responderam que sim, mas Cortona não acreditando muito os colocou num cheque mate: ”Como vocês puderam rezá-lo assim em tão pouco tempo?”. Então ambos lhe revelaram o segredo, ao que Cortona achou engraçado e riu indo contar o fato ao Marello o qual também riu e disse-lhe depois: ”Você quem errou, porque ao invés de castigá-los devia premiá-los”.

67 - Pe Garberoglio atesta que Marello foi diretor espiritual de 1880 a 1882 do seminário de Asti e depois continuo a confessar os clérigos do seminário até quando foi nomeado bispo, e era entre os confessores aquele que tinha mais penitentes. Ele foi também por sete anos confessor e diretor espiritual da Obra Pia Milliavacca com grande proveito para as meninas internas. Todos os que o tinham como confessor o admiravam pela sua caridade profunda e a sua iluminada prudência.

68 - Pe. Gay afirma que Marello era mestre de santidade e de perfeição e iam até ele os penitentes mais escrupulosos e, às vezes, angustiados e aflitos e recebiam consolação. A mim, costumava dizer: ‘Age quod agis’. Pe. Morra, pároco da catedral de Asti, confirma que, muitas vezes, em que foi confessar-se com Marello sempre foi recebido com muita caridade, paciência e doçura.

69 - Madre Maria Graglia, superiora do Mosteiro da Visitação, em Pisa, e das irmãs Jole e Bice Graglia, afirma que a primeira vez que conheceu Marello ficou impressionada pela sua humildade que transparecia a beleza de sua alma e a sua angélica piedade. A direção espiritual que ele dava a ela era marcada de doçura e pobreza, firme e decidida, sem jamais fazer sentir a sua autoridade. Insinuava docemente na alma o amor às virtudes e o desejo de perfeição e seus conselhos eram cheios de unção. Nunca usava repreensão ou severidade, mas sim, a sua fina delicadeza e as fraternas exortações.

70 - Bice Graglia, que também teve Marello como seu confessor e diretor espiritual, afirma que durante os anos em que o teve com diretor pode conhecer todas as belezas de sua alma, todos os tesouros, que ele escondia aos olhos do mundo sob o véu da humildade, a qual era a sua virtude característica. Parecia ser guiado por uma luz celeste para conhecer o estado das consciências e sua modéstia estava no mais alto grau. Bice Graglia tinha 17 anos quando teve Marello como seu confessor, no ano de 1883. Era de família rica e boa, mas seu pai, advogado, pouco praticava a religião. Essa jovem era atormentada pelo seu amor próprio e pela cólera, seguiu cheia de boa vontade o que lhe traçava o seu diretor que lhe apontava no Cristo o ideal de toda perfeição. Guiou-a entre os obstáculos e as dúvidas, confortando-a nos momentos de fraqueza.

71 - Quando morreu Pe. Giuseppe Vay, confessor de vários sacerdotes da diocese, inclusive de Dom Sávio, Marello, jovem sacerdote e secretário do bispo, tornou-se o seu confessor e diretor espiritual, parecendo-lhe, como afirma Pe. Cortona: “...de nenhum outro sacerdote poderia ter aquela direção sábia e aqueles confortos que tanto precisava nas especiais circunstâncias em que se achava”.

72 - Durante todo o período que Marello permaneceu ao lado de Dom Carlos Sávio como seu secretário se comportou como se continuasse a sua vida de seminário, com uma programação do dia que passava ordinariamente da oração para a ação. Pe. Garberoglio relata que viu o horário feito por Marello confeccionado numa folha, colocado entre dois vidros marcando as várias atividades do dia tendo para cada uma algumas jaculatórias indulgenciadas. Encontra-se junto o Arquivo da Postulação Geral da Congregação em Roma escritos inéditos a esse respeito tais como: “Pela Manhã: Sinal da Cruz (50); Veni Sacte ou Veni Creator ed Oremus (100)P. – Ato de fé, de esperança e caridade (7 an. e 7qur) P.- Salve Rainha pela manhã e Sub tuum praesidium pela tarde com a recitação dos versículos: Dignare me. Ri. Da mihi virtutem. Benedictus Deus in sanctis suis. R. Amem (100) (7 na e 7 quar. para cada semana)P. – Dois domignos por mês e em todas as Festas de Nossa Senhora – Angele Dei (100)P. – Dolce Coração de Maria sede a minha salvação (300)P. À Tarde: Reza do Rosário (Ved.m/a Ind.) – Cinco Pater e Ave com o Te ergo quaesimus e Réquiem aeternam pelos falecidos e três Pater em memória da agonia de N.S. e três Ave em memória das Dores de V.M. – para os fiéis agonizantes (300)P.- Sub tuum praesidium – memorare piissima Virgo (300)P. – Antífona Da pacem Domine etc com Oremus: Deus a quo sancta desideria (100)P...”(Abreviação: (100): dias = P: plenária cada mês)